Vice-presidente acumulará articulação política do governo
08 de abr de 2015 - 08:28h O vice-presidente da República, Michel Temer, será o responsável pela articulação política do governo, segundo nota divulgada na noite de hoje (7) pelo Palácio do Planalto. A presidenta Dilma Rousseff decidiu que o ministro Pepe Vargas deixa a Secretaria de Relações Institucionais, que passa a integrar as competências do vice-presidente. Dilma esteve reunida nesta tarde com presidentes e líderes de partidos da base aliada no Congresso Nacional.
Na nota, Dilma agradece "o empenho, a lealdade e a competência" do ex-ministro. Vargas assumiu o cargo no início do ano, no segundo mandato presidencial de Dilma Rousseff.
Ontem (6), Temer, que é presidente nacional do PMDB, reuniu-se com correligionários para conversar sobre a então possível mudança ministerial. Foi cogitado que o ministro de Aviação Civil, Eliseu Padilha, ocupasse a pasta.
A Secretaria de Relações Institucionais responsável pelas relações da Presidência da República com o Congresso Nacional, a sociedade e os partidos políticos, além da interlocução com estados e municípios e o Distrito Federal.
Após o anúncio oficial, o chefe da Casa Civil, ministro Aloizio Mercadante, explicou que todas as funções da Secretaria de Relações Institucionais serão assumidas por Temer. Além da articulação política com os parlamentares, a secretaria é responsável pela relação do governo federal com as prefeituras.
De acordo com Mercadante, a mudança foi “fortemente apoiada por todos os partidos” da base. “Essa solução política, em um momento com tantos desafios, ajuda a melhorar as relações com o Congresso, entre os Poderes e entre base aliada.”
Ao falar com a imprensa, o chefe da Casa Civil enfatizou que Temer é um “homem público de larga experiência”, ressaltando sua biografia como constituinte, presidente da Câmara dos Deputados por mais de uma vez e presidente do PMDB.
“É a liderança que melhor reúne condições de fazer esse trabalho”, afirmou o ministro. Para ele, Temer tem perfil para conduzir a articulação política e “agregar a base aliada”. Sobre a possibilidade de essa “solução” ser considerada satisfatória por todas as diferentes alas do partido, Mercadante disse que a tarefa “é mais complexa” e “não diz respeito a um partido”. “Exige diálogo, construção com todos partidos da base, inclusive com oposição. Função que exige diálogo com todos.”
Mercadante destacou que todos as lideranças reconheceram a “dedicação, empenho, ética e comportamento” do ministro Pepe Vargas à frente da pasta. De acordo com o chefe da Casa Civil, a “seriedade e a ética” de Pepe não estão sendo discutidas neste momento de troca, e sim uma “melhor interlocução com todos os Poderes”.