Responsáveis de saúde espanhóis informaram que cerca de 30 pessoas estão atualmente sob vigilância no país, após a confirmação do contágio de ebola pela auxiliar de enfermagem que integrou a equipe que cuidou das de vítimas espanholas – dois missionários transferidos da África com o vírus e que morreram na Espanha. A auxiliar de enfermagem espanhola contaminada com o ebola em Madri, o primeiro caso fora da África, está desde a madrugada de hoje (7) isolada no Hospital Carlos III, onde contraiu o vírus. Fontes médicas confirmaram que ela se mantém estável e com febre.

Quatro pessoas, incluindo a auxiliar de enfermagem contagiada pelo vírus, estão atualmente isoladas e sob vigilância epidemiológica restrita no Hospital Carlos III em Madri: o marido da auxiliar – cujo exame deu resultado negativo num primeiro teste para a doença e não apresenta nenhum sintoma –, uma enfermeira e um paciente de nacionalidade nigeriana, ambos com sintomas.

A Comissão Europeia pediu explicações a Madri sobre o que falhou para que a auxiliar fosse contaminada. Segundo adiantou o porta-voz da Comissão Europeia para a Saúde, Frédéric Vincent, Bruxelas “enviou uma mensagem ao Ministério da Saúde espanhol para obter esclarecimentos” sobre a falha no sistema de prevenção.

“É evidente que houve um problema”, salientou Vincent, ao acrescentar que a propagação do ebola na Europa “continua a ser altamente improvável”. Os governos nacionais aplicaram medidas preventivas – coordenadas por Bruxelas – para prevenir a entrada do vírus em território europeu, registando-se a primeira brecha na Espanha. Amanhã (8), a reunião semanal do Comitê de Segurança Sanitária será dedicada ao caso espanhol, esperando a Comissão Europeia já ter, então, informação detalhada de Madri.

O diretor do Hospital Carlos III, Rafael Perez Santamaria, admitiu que o caso causou “surpresa” e que a instituição mantém as investigações para determinar as circunstâncias do contágio. “É uma questão que nos apanhou de surpresa. Procuramos rever todos os protocolos estabelecidos, melhorar em tudo e sobretudo para evitar que alguém que teve contato desenvolva a doença.”

“Queremos evitar alarde. Estamos colaborando com a saúde pública, informando aos profissionais, à população e aos contatos sobre todo o processo. [Estamos] trabalhando para o melhor tratamento dessa paciente e para evitar a propagação da doença”, disse.

O coordenador da Unidade de Doenças Infecciosas, José Ramón Arribas, explicou que a paciente está sendo tratada com soro hiperimune de um doador anônimo, que foi contagiado pela doença e tem anticorpos, e com um antiviral experimental, testado em animais pequenos.

O responsável insistiu na mensagem de tranquilidade à população, recordando que em saúde não se pode falar em porcentagens, “porque não há um risco nem de 0% nem de 100%”. Ele destacou que os protocolos usados são os mesmos “que se aplicam sempre que há suspeitas” de ebola.

Fonte: Agência Brasil