Um fenômeno astronômico, que acontece a cada dois anos, poderá ser visualizado hoje (29) à noite. Logo ao escurecer, haverá a conjunção entre o planeta Marte, a Lua e a estrela Antares, da constelação Escorpião. Isso permitirá que o grupo de estrelas seja facilmente identificado a olho nu. Escorpião é uma das 12 constelações zodiacais clássicas da antiguidade.

Segundo o astrônomo Jair Barroso, do Observatório Nacional, a Lua passará “perto” do Planeta Vermelho. “Essa conjunção se torna ainda mais interessante porque Marte atravessará a constelação Escorpião e ficará a poucos graus de sua estrela mais brilhante, Antares”, explica Barroso, que é membro da comissão da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica.

Ele diz ainda que Marte e Antares têm a cor avermelhada por razões físicas diferentes, mas seus brilhos serão praticamente idênticos hoje. “A cada dois anos, Marte passa perto de Antares, mas não necessariamente com o mesmo alinhamento em relação à Lua. Nosso satélite estará na fase 'nova', uma fase favorável, pois não ficará muito brilhante. Isso permitirá a fácil observação desses astros, além da identificação da constelação Escorpião”, explica.

Escorpião vai se pôr a Oeste, com a cauda para cima e as garras para baixo, como um ponto de interrogação invertido. Com uma observação atenciosa, o fenômeno poderá ser identificado a olho nu, mas o uso de equipamentos, como telescópio e binóculos, pode ajudar. A população mais a Oeste do país, no Centro-Oeste e Amazonas por exemplo, terão melhor visão do alinhamento aparente dos astros, que ocorrerá por volta das 21h (horário de Brasília).

O astrônomo explica ainda que a “andança” da Lua pelas constelações zodiacais ocorre devido à translação em torno da Terra, combinada com a própria translação da Terra em torno do Sol. “Com esse movimento, ela passa por estrelas brilhantes pertencentes a essas constelações, como a Espiga (da Virgem), Aldebarã (de Touro) e, em nosso evento de hoje, de Antares (a mais brilhante do Escorpião). Então, a Lua é referência para conhecermos outros astros porque é facilmente observável a olho nu e passa uma vez por mês nas ‘proximidades’ de estrelas do zodíaco e dos planetas também, pois esses caminham da mesma forma pelo Zodíaco”, disse Barroso.

Fonte: Agência Brasil