Marina defende ampliação gradativa de recursos para cultura
16 de set de 2014 - 08:31h A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, defendeu ontem (15) o aumento gradativo de recursos para as ações de cultura. No entanto, ela não quis estabelecer um percentual do Orçamento a ser investido na pasta. A candidata ressaltou que em seu programa de governo cultura e educação, que já têm percentual fixo orçamentário, estarão entrelaçadas.
Em recente entrevista, disse ela, “me foi perguntado se iria fazer 2% na cultura. A nossa escolha foi dizer que vamos ampliar progressivamente os recursos, e não colocamos percentual, porque existem muitos pedidos de percentuais vinculando o Orçamento”, disse em encontro na capital paulista, com representantes do setor cultural.
“Nossa proposta de governo tem um forte entrelaçamento entre educação e cultura. Por isso, a nossa determinação em ampliar progressivamente, de forma consistente, os recursos da cultura”, acrescentou. Ela ressaltou que seu programa de governo já estabelece um percentual relativo à saúde, de 10%.
Marina disse que pretende atender a todos os segmentos da atividade cultural, evitando “dirigismos” e “tendências homogêneas”. Segundo ela, “não dá para a gente ter editais que muitas vezes são homogêneos, que não conseguem trabalhar com as especificidades de determinados grupos, como nós podemos presenciar aqui. Há uma demanda do circo, das pessoas que lidam com a arte popular, que precisa ser igualmente contemplada”.
A candidata ressaltou que continuará a apoiar os setores já atendidos, e pretende dar prosseguimento a parte das políticas criadas no governo Lula, como o projeto Pontos de Cultura. “Aqueles que já têm espaço fiscal no Orçamento, e que conseguem fazer produções cinematográficas de alta qualidade, continuarão sendo apoiados e suportados”, disse.
“Nós queremos dar continuidade ao trabalho que foi feito na época do Célio Turino [idealizador dos pontos de Cultura]. Nós, inclusive, no Ministério do Meio Ambiente, fizemos um trabalho próximo a isso”, acrescentou.
Em conversa com jornalistas Marina falou sobre política externa, e defendeu a ampliação da cooperação com países da África e com as economias emergentes. “[Vamos] manter e ampliar a cooperação com o continente africano, com os países das economias emergentes, como é o caso da Índia, da China, do México e da África do Sul, enfim”.
Segundo ela, o Brasil precisa aprender “cada vez mais” a fazer acordos bilaterais, e a se orientar nesses pactos por princípios e valores como prosperidade, sustentabilidade, autonomia dos povos, defesa dos direitos humanos e democracia.
Ela disse ainda que estará aberta ao diálogo e à cooperação com os Estados Unidos, "como deve ser a relação de um país de economia desenvolvida com um país emergente; de cooperação autônoma, cooperação que sabe defender seus interesse econômicos, sociais e comerciais".