Conheça as propostas dos candidatos à Presidência para mobilidade urbana
09 de set de 2014 - 11:15h Transporte sobre trilhos, passe livre e uso de combustíveis limpos dominam as propostas de presidenciáveis para solucionar os problemas de mobilidade nas cidades brasileiras. Enquanto algumas propostas priorizam investimentos para ampliação de trens e metrôs e em programas de financiamento da renovação da frota de ônibus, outras estão direcionadas a estímulos aos transportes alternativos e a medidas que desafoguem o tráfego, como o rodízio nas jornadas de trabalhadores.
Conheça as propostas dos candidatos à Presidência para mobilidade urbana:
Aécio Neves, candidato pelo PSDB, defende mudanças estratégias para a mobilidade urbana. Em seu programa de governo, ele destaca que a qualidade de vida da população foi prejudicada pela falta de investimentos no setor e propõe uma Política Nacional de Mobilidade Urbana, priorizando o transporte público para que se torne uma alternativa viável e concreta em relação ao transporte individual. O foco principal dos investimentos seria o transporte sobre trilhos, com investimentos em obras estruturais nos principais centros urbanos do país, além de incentivo a renovação e a modernização da frota de trens, metro s e o nibus. A proposta é buscar a integração dos diversos modais de transporte público. O candidato ainda defende a adoção de horários variados para jornadas de trabalho para evitar peri odos de rush.
Dilma Rousseff defende uma reforma que equacione a questa o da mobilidade urbana assim como o déficit habitacional e os problemas de saneamento e segurança pública. A candidata destaca que os investimentos em mobilidade urbana precisam assegurar transporte público rápido, seguro e eficiente. Dilma destacou os investimentos feitos ao longo dos quatro anos de governo em melhorias do transporte urbano nas grandes cidades. No programa entregue à Justiça Eleitoral, a candidata à reeleição apontou obras realizadas em todas as regiões do país para reduzir o tempo que se gasta nos deslocamentos dia rios. Entre os projetos apontados por Dilma estão a construção de infraestrutura em 651 quilômetros para transportes sobre trilhos, incluindo metro , monotrilho, VLT, trem urbano e aeromóvel, de mais de 3 mil quilômetros para transportes sob pneus (BRT e corredores) e de 21 quilômetros para transporte fluvial urbano.
Eduardo Jorge (PV) destaca a mobilidade urbana e o transporte público em quantidade e qualidade adequada entre suas principais promessas de governo. Ele defende o uso de combustíveis mais limpos e a cobrança de um pedágio urbano nas grandes cidades para moderar o uso de veículos individuais e gerar recursos novos para a expansão do transporte público. Eduardo Jorge também aponta a necessidade de criar condições adequadas para os pedestres, construir calçadas verdes e acessíveis e apoiar o uso da bicicleta com transporte alternativo.
Eymael (PSDC) e Levy Fidelix (PRTB) não indicam propostas específicas para a área, apesar de reconhecerem a necessidade de melhorias e maiores investimentos em todos os serviços públicos.
Luciana Genro (PSOL) promete implantar a tarifa zero nos principais centros urbanos, usando os recursos hoje destinados ao superávit prima rio para investir no transporte público, assim como em outras áreas como saúde, educação e cultura. O dinheiro seria usado inclusive para melhorar os sala rios. A candidata lembrou que as manifestações de junho de 2013 trouxeram a tona um conjunto de problemas sociais. Uma das principais bandeiras do movimento foi a questão do transporte. Em seu programa, Luciana afirma que o problema da mobilidade urbana transformou o deslocamento dia rio em “uma verdadeira via-cru cis para o povo”.
Marina Silva (PSB) promete aumento da transferência de recursos aos municípios que investirem em transporte coletivo e custeio do passe livre. Em seu programa, ela afirma que vai implantar um programa de apoio a estados e municípios para que construam, em quatro anos, 1 mil quilômetros de vias para veículos leves sobre trilhos (VLTs) e de corredores de ônibus integrados (BRT) em todas as cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes. Para ela, a falta de mobilidade é tema-chave para os grandes centros e exige soluções imediatas. A ex-senadora defende um programa federal para financiar a implementação gradual do passe livre e investimentos para expandir as malhas metroviária e ferroviária de cada uma das regiões metropolitanas em 150 quilômetros ao longo de quatro anos. Marina Silva também destaca a necessidade de investimentos para desoneração da frota de ônibus urbanos acessíveis e de veículos movidos com combustíveis limpos.
Mauro Iasi (PCB) quer a estatização, sob controle popular, dos transportes coletivos, para que sejam públicos e gratuitos. O candidato comunista defende que atividades, bens e serviços essenciais para a garantia da produção social devem assumir essa característica e que é preciso “desmercantilizar” alguns setores, como o da mobilidade nas cidades. Iasi é favorável ao fim das privatizações “e da entrega do patrimônio público realizadas no último período”.
Pastor Everaldo (PSC) defende o foco no livre mercado do setor, com estímulo a concorrência. Para o presidenciável, é preciso desburocratizar o setor de transporte e privatizar aeroportos, ferrovias, hidrovias, estradas públicas e serviços relacionados a área de transporte. Ele defende o aumento do investimento em trens e metrôs nos grandes centros.
Rui Costa Pimenta (PCO) acredita que os serviços públicos, como transportes, saúde e educação, foram “destruídos” para impulsionar a privatização “e os lucros de um punhado de abutres capitalistas que parasitam o Estado”. Segundo ele, que defende a reversão deste cenário, os empresários visam apenas o lucro sem focar as necessidades de trabalhadores.
Para Zé Maria (PSTU), as manifestações de junho de 2013 revelaram o esgotamento da população com o caos e a precarização do transporte público. Zé Maria afirma que o transporte no Brasil é um dos mais caros do mundo e a falta de qualidade e quantidade suficientes “submete a grande maioria da população e os trabalhadores a um inferno dia rio”. Segundo seu programa, é possível investir 2% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor para expandir o sistema de transporte, beneficiando o sistema metroferroviário por ser “mais barato e eficiente que o rodovia rio”. Zé Maria também defende que o setor seja controlado pelos trabalhadores, eliminando o sistema de concessões.