Estudante alemão é primeiro caso suspeito de ebola em Ruanda
11 de ago de 2014 - 08:08h Ruanda anunciou nesse domingo (10) ter colocado em isolamento um estudante alemão, hospitalizado em Kigali, que apresenta sintomas de ebola.
"Hoje [domingo], ao fim do dia, um doente do Hospital King Faisal, que apresenta sintomas de ebola, foi colocado em isolamento e aguarda os resultados das análises", que vão determinar se ele contraiu a febre hemorrágica, diz comunicado do governo ruandês. Os resultados devem ser conhecidos no prazo de 48 horas.
Na rede social Twitter, a ministra da Saúde, Agnes Binagwaho, informou que o paciente, um estudante alemão que apresentou sinais de febre e paludismo, "passou vários dias na Libéria, antes de viajar para Ruanda.
Este é o primeiro caso suspeito de ebola em Ruanda desde o início da epidemia, na África Ocidental no início do ano.
A epidemia já causou pelo menos 932 mortos em 1.700 casos suspeitos, desde o início do ano, em quatro países africanos: Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.
Na última sexta-feira (8), a Organização Mundial da Saúde decretou a situação "emergência de saúde pública de alcance mundial".
Sobre a Doença
Se contraído, o Ebola é uma das doenças mais mortais que existem. É um vírus altamente infeccioso que pode matar mais de 90% das pessoas que o contraem, causando pânico nas populações infectadas.
A primeira vez que o vírus Ebola surgiu foi em 1976, em surtos simultâneos em Nzara, no Sudão, e em Yambuku, na República Democrática do Congo, em uma região situada próximo do Rio Ebola, que dá nome à doença.
Transmissão:
O Ebola pode ser contraído tanto de humanos como de animais. O vírus é transmitido por meio do contato com sangue, secreções ou outros fluídos corporais.
Agentes de saúde frequentemente são infectados enquanto tratam pacientes com Ebola. Isso pode ocorrer devido ao contato sem o uso de luvas, máscaras ou óculos de proteção apropriados.
Em algumas áreas da África, a infecção foi documentada por meio do contato com chimpanzés, gorilas, morcegos frutívoros, macacos, antílopes selvagens e porcos-espinhos contaminados encontrados mortos ou doentes na floresta tropical.
Enterros onde as pessoas têm contato direto com o falecido também podem transmitir o vírus, enquanto a transmissão por meio de sêmen infectado pode ocorrer até sete semanas após a recuperação clínica.
Ainda não há tratamento ou vacina para o Ebola.
Sintomas
No início, os sintomas não são específicos, o que dificulta o diagnóstico.
A doença é frequentemente caracterizada pelo início repentino de febre, fraqueza, dor muscular, dores de cabeça e inflamação na garganta. Isso é seguido por vômitos, diarreia, coceiras, deficiência nas funções hepáticas e renais e, em alguns casos, sangramento interno e externo.
Os sintomas podem aparecer de dois a 21 dias após a exposição ao vírus. Alguns pacientes podem ainda apresentar erupções cutâneas, olhos avermelhados, soluços, dores no peito e dificuldade para respirar e engolir.
Diagnóstico e tratamento
Diagnosticar o Ebola é difícil porque os primeiros sintomas, como olhos avermelhados e erupções cutâneas, são comuns.
Infecções por Ebola só podem ser diagnosticadas definitivamente em laboratório, após a realização de cinco diferentes testes.
Ainda não há tratamento ou vacina específicos para o Ebola.
O tratamento padrão para a doença limita-se à terapia de apoio, que consiste em hidratar o paciente, manter seus níveis de oxigênio e pressão sanguínea e tratar quaisquer infecções. Apesar das dificuldades para diagnosticar o Ebola nos estágios iniciais da doença, aqueles que apresentam os sintomas devem ser isolados e os profissionais de saúde pública notificados. A terapia de apoio pode continuar, desde que sejam utilizadas as vestimentas de proteção apropriadas até que amostras do paciente sejam testadas para confirmar a infecção.
O fim de um surto de Ebola apenas é declarado oficialmente após o término de 42 dias sem nenhum novo caso confirmado.