Mortes e infecções por HIV, tuberculose e malária despencam em todo o mundo
22 de jul de 2014 - 08:19h Menos pessoas estão morrendo em razão de doenças como aids, tuberculose e malária. É o que indica estudo inédito feito em 188 países e divulgado ontem (21) pelo periódico inglês The Lancet. De acordo com a revista, o ritmo de queda nas mortes e infecções vem se ampliando desde o ano 2000, quando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram estabelecidos na tentativa de frear o avanço dessas doenças até 2015.
Os números mostram que as novas infecções por HIV/aids caíram praticamente para um terço desde o início da epidemia de aids no mundo, enquanto as mortes por tuberculose diminuíram 1,4% ao ano desde 2000. As mortes provocadas pela malária em crianças que vivem na África Subsaariana caíram 31,5% na última década.
O estudo aponta que intervenções em relação ao HIV – incluindo a terapia antirretroviral, a prevenção da transmissão vertical (da mãe para o bebê durante a gravidez ou no parto) e a profilaxia pós-exposição (uso de medicamentos por pessoas que podem ter entrado em contato recente com o vírus) – têm demonstrado resultados positivos.
“O HIV se mostra cada vez mais como uma doença com a qual as pessoas vivem do que uma doença pela qual as pessoas morrem”, destacou o documento. A publicação indica que os avanços possibilitaram um ganho de 20 milhões de anos na expectativa de vida de pessoas soropositivas em todo o mundo – 70% em países em desenvolvimento, como o Brasil.
Os números indicam que 14% desses anos de vida ganhos são entre crianças menores de 15 anos, 50% entre pessoas de 15 a 45 anos e 36% entre pessoas com 50 anos ou mais. “Mas, apesar do progresso considerável, é preciso fazer mais para reduzir as mortes e infecções que estão por vir”, alertou o estudo.
O estudo Global, regional, and national incidence and mortality for HIV, tuberculosis, and malaria during 1990–2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013 foi conduzido por um consórcio de pesquisadores liderado pelo Instituto de Metrologia e Avaliação da Saúde da Universidade de Washington.
Os resultados foram divulgados na Conferência Internacional sobre Aids em Melbourne, que contou com a participação de autoridades como o diretor executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids, Michel Sidibé, e o diretor executivo do Fundo Global de Luta contra a Aids, Tuberculose e Malária, Mark Dybul.