Secretaria da Saúde define plano de contingência para a Copa em São Paulo
30 de mai de 2014 - 08:48h Esquema, com 15 hospitais de prontidão, contempla atendimento de vítimas de emergências químicas e bioterrorismo
Com investimento de R$ 8,2 milhões, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo definiu o plano de contingência para atendimento de vítimas em caso de grandes desastres durante a Copa do Mundo, que terá abertura no dia 12 de junho, na Arena Corinthians. A pasta listou 15 hospitais que serão utilizados em caso de necessidade. Eles estão situados na Zona Leste de São Paulo ou em cidades do entorno, como Guarulhos, Santo André, Itaquaquecetuba e Ferraz de Vasconcelos.
Outros 11 hospitais também poderão ser utilizados, dependendo do número de acidentados, incluindo o Hospital das Clínicas, a Santa Casa de São Paulo e o Hospital São Paulo, da UNIFESP/SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina). Em uma situação extrema, com milhares de vítimas, todos os hospitais da região metropolitana serão acionados.
Nas partidas, dois médicos e dois enfermeiros do GRAU (Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências) atuarão dentro do estádio e estarão de prontidão para auxiliar a equipe da FIFA na prestação do primeiro atendimento, com apoio de um médico na Central de Regulação para o encaminhamento de vítimas aos hospitais da região. Também haverá um médico no Centro Integrado de Comando e Controle Regional.
Além disso, duas tendas infláveis, em um raio de um quilômetro da Arena Corinthians, poderão ser utilizadas como hospitais de campanha, com equipes formadas por médicos e enfermeiros que estarão à disposição para atendimentos emergenciais, além de equipamentos, remédios e itens de primeiros-socorros. Elas só serão armadas em caso de necessidade.
Prontidão anti-terrorismo
Durante o período da Copa do Mundo, os médicos do GRAU, além de estarem equipados com uma mochila contendo os principais materiais de atendimento pré-hospitalar, terão à mão kits com diferentes tipos de antídotos para a desintoxicação dos pacientes no caso de ataques ou acidentes com produtos tóxicos ou mesmo no caso de emergências químicas e bioterrorismo.
Duas barracas-chuveiro e dez chuveiros infláveis irão garantir o processo de descontaminação de eventuais vítimas de emergências químicas e bioterrorismo, apoiando o Corpo de Bombeiros e as Forças Armadas. Os chuveiros serão distribuídos a hospitais considerados estratégicos, definidos pela secretaria. Além disso, os hospitais irão receber antídotos específicos, como para casos de envenenamento por cianeto e até mesmo por armas químicas, como gás sarin.
O plano de contingência contempla, ainda, um planejamento de fluxo de solicitações e atendimento constituído entre o Aeroporto de Guarulhos e Viracopos, Porto de Santos e a Secretaria da Saúde. Com o estabelecimento deste fluxo, a pasta manterá canal direto com o aeroporto, prestando orientações e enviando médicos e enfermeiros para o local, se necessário.
Em 2013, a secretaria realizou 13 treinamentos, teóricos e práticos, nas áreas de atendimento a emergências químicas, bioterrorismo, ações táticas, emergências nucleares e comando de incidentes. No total, 120 médicos e enfermeiros foram capacitados.